8.11.15

COLINHO

Se voltas com esse ar “bossy” prometo que obedeço. Ignoro o primeiro “anda cá” só para te ver chegar e indelicadamente te sentir encostar-me à mesa para darmos inicio à ceia. Acho que vamos comer com as mãos. Nem temos a mesa posta. A loiça que partimos é metáfora da vontade que me tens e no chão só fica o que não sobrou. É que não deixas sobrar nada.
Não me deixes arrefecer. O único sinal de arrepio que quero é o que me dás quando te ouço a respiração e te sinto quente na fome. A gula é pecado mas ofereço-te a carne se te souberes demorar no sabor. Troca-me de lugar que os olhos também comem.
Se continuas a olhar para mim assim vou abusar no picante e o som do fogo que acendes é alto. Não baixes o volume já. Manda-me pôr os braços à volta do teu pescoço e dá-me colinho. Só não me leves já para a cama, prometes?

Sem comentários:

Enviar um comentário