Hoje encontrei alguém que não via há mais de dois anos. Depois de alguma conversa, esse alguém, pergunta que idade tem a Flor. Respondi prontamente: quase dois anos e meio e levei com a pergunta seguinte:
- Então e quando vai ao próximo?
Num raciocínio muito rápido revi o círculo vicioso destas questões. Quando se é solteiro perguntam-nos: quando é que arranjas namorado? Depois de conquistado segue-se a questão: Quando é que se casam? Consumado o matrimónio vem a inevitável: Quanto é que vêm os filhos? Nascido o primeiro, chegamos aqui. Então e quando vem o próximo?
Apetecia-me ter respondido de forma sarcástica com a seguinte frase: "Voltei à casa de partida!", mas em vez disso, saiu-me um brusco
- Não vou!
Já no carro, a caminho de casa, na auto-estrada, que é a estrada que nos permite viajar em simultâneo no pensamento, interroguei a forma violenta com que aquela afirmação me saiu da boca.
É um facto, voltei à casa de partida. Tenho os dados na mão e a chave do coração na outra. Por enquanto mantenho a mão, em que tenho os dados, fechada. A porta do coração está trancada e a mão que tinha a chave escondeu-a em lugar seguro! Ao coração pertencem os que já lá moram e para lá entrar mais alguém, ou terá a destreza de entrar pelo buraco da fechadura, ou será com certeza um ladrão profissional capaz de enganar o mais complexo sistema de alarmes.
Bom, há sempre as janelas…
Sem comentários:
Enviar um comentário