7.5.15

BEIJO-TE



Há alturas em que também me pergunto como é que não te percebi em mim antes.

Hoje que te sinto num todo dentro de mim, parte integrante das minhas moléculas, onde o estar longe incomoda ao segundo a energia que me equilibra e me faz ser, deixei de conseguir medir na régua da compreensão lógica, o que foi. Embora tentemos sempre fazer caber na razão o que sentimos, não há forma capaz de explicar a emoção. Podíamos sentar-nos a desmistificar comportamentos, mas o que dita o coração, não faz possível uma cópia e nunca daremos explicação. É como adormecer triste e no dia seguinte acordar feliz. O que raio aconteceu no espaço de tempo em que estive adormecida que me fez mudar tanto? Sonhei? Não sei. 

Sei que me acordei e que quando me acordei te encontrei dentro de mim. 

Ter-te em mim, acordado, é não poder imaginar-te acordado em outro alguém. É ver-te a meu lado, em todas as ocasiões que me são importantes e te são importantes e em todas as outras que apenas são. É querer aproveitar-te cada bocadinho, mesmo que o bocadinho seja comprimido nos minutos contados da hora do almoço. É dar-te um beijo de até já às 22h e o já ser às 23h, mesmo que ao telefone, só para mais um beijo e esse beijo durar 1h. É sentir que a saudade não se sacia, que o corpo só descansa no teu colo, que o dia só começa no beijo de bom dia e acaba quando te beijo de boa noite. É ter no presente a vontade de um futuro. É perceber que no meu nós, já não somos duas, mas somos três, por enquanto. E é saber que não quero voltar a adormecer sem ti porque só me faz sentido acordar ao teu lado.


Beijo-te

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